27 de junho de 2011

Medos e interesses

   - O que vamos fazer a respeito dela? - questionei, quando Diego parou o carro em frente a minha casa. Ele retirou a chave e a apertou.
  - Nada. Vamos só ignorá-la. - sua conclusão me fez revirar os olhos. Sua expressão estava calma. Demonstrava que não estava se importando com o que acabara de acontecer.
  - Isso nós fazemos sempre. - falei, coçando a nuca.
  Diego suspirou cansado e olhou para a porta. Uma singela indireta para eu ir embora.Percebi que o assunto tinha sido encerrado.
  -Bom, então eu vou entrar. - abri a porta e sai do carro. - Até amanhã parceiro. - acenei e não esperei sua retribuição para me aproximar de casa. Ouvi a partida do carro e toquei a campainha.
  “Quem é?” Perguntou a voz feminina.
  - Sou eu, Felipe. - engrossei a voz para disfarçar a raiva que brotava em mim quando reconheci a dona da voz.
  “Ah, claro! Entre!” A falsa simpatia estava presente em sua fala.
  O portão foi destrancado e pude entrar. Antes de abrir a porta, respirei fundo duas vezes, na tentativa de não me estressar naquela noite. Não com aquela cobra ali...
  Girei a maçaneta e me deparei com a própria.
  - Olá priminho... - seu sorriso era enorme, talvez para exibir os belos dentes brancos. Seus braços me envolveram num rápido abraço.
  Forcei um sorriso.
  - Oi. - a minha pequena saudação não fez seu sorriso diminuir.
  Se ela estava na minha casa, provavelmente queria algo. Ou me ameaçar em troca de alguma recompensa.
  Seu cabelo estava solto e bem penteado. Usava uma calça jeans e uma camiseta estampada de alguma banda que não conheço. E, para não perder a pose, mantinha seu equilíbrio sobre um salto agulha – desnecessário, como sempre.
  Seus olhos – cor de whisky – não pararam de me fitar. O maldito sorriso ainda presente.
  - O que você quer Pâmela? - indaguei com um tom frio e cansado.
  Eu tenho medo de qual seja a resposta...

24 de junho de 2011

Sentimentos

  Olá Vazio, você de novo por aqui?
  Vim aqui dizer que não gosto de você. Não é nada pessoal, apenas não o suporto mais.
  É que nós convivemos tanto um com o outro que acabamos nos enjoando, não é?
  Não seja egoísta e deixe seu lugar para a Felicidade. Ela raramente me visita.
  Caso encontre a Saudade por ai, mande-a um abraço, pois sei que logo vamos nos rever.
  E se conseguir ver o Amor, mande minhas sinceras desculpas a ele. Sinto que nossa relação não é boa, mas quero, um dia, poder fazer as pazes com ele.
  Desculpe Vazio, mas eu quero que vá embora. Eu sei que não será pra sempre e você logo retornará, mas quando o fizer, traga a Esperança contigo. É que nem lembro mais como ela é...

20 de junho de 2011

Segui-la ou ignorá-la?

   Nos aproximamos dela. Diego freou o carro suavemente, fazendo o menor silêncio possível. Ela continuava caminhando, porém com um olhar mais alerta e levemente assustado. Seus passos se tornaram mais urgentes. Olhei para meu amigo e balançamos a cabeça. Chegou a hora de desmascarar nossa coleguinha.
  Abrimos as portas num rompante, fazendo com que Lara se assustasse e sua boca ficasse em formato de “O”. Saímos do carro e ficamos de frente com ela.
- Então você nos segue, não é mesmo? - perguntei com tom de deboche, apoiando meu cotovelo na porta do carro. Enquanto isso, Diego dava a volta para se posicionar ao meu lado e cruzar os braços.
  Ela continuou paralisada, mas logo recuperou sua postura de menina rebelde.
- Óbvio que não. Estou indo para minha casa e esse é o caminho que eu faço sempre. - ela deu enfase na última palavra. Seu olhar estava fixado em nós dois. Percebi que não desviaria o olhar, pois caso o fizesse, demonstrava que estaria mentindo.
  Diego sorriu e negou, fazendo um 'tsc tsc'.
- Você acha que engana quem? - falou ele, suavemente, com uma pontada de ironia.
  Ela girou os olhos.
- Não estou enganando ninguém, e caso quisesse, conseguiria. - Lara deu um sorriso angelical e continuou. -   Caso vocês falem para alguém, eu nego. É a minha palavra contra a de vocês. - seu olhar ia para Diego e para mim. - Eu alego que estava indo para casa quando, de repente, vocês me abordam aqui e me acusam de seguir vocês. Teoricamente, o carro do Diego estava atrás de mim, então se quisesse seguir alguém, eu teria que andar atrás, não na frente não é?
  Aquilo enfureceu Diego. Sua expressão ficou séria. Provavelmente, tinha perdido a paciência com aquela garota.
- Ah, e eu alego também... - continuou a diabinha. - que você, Felipe, é um tarado e que quer me agarrar, por isso que está atrás de mim. E para não causar desconfianças, anda com o Diego.
  Seu sorriso era vitorioso. Olhei para Diego. Ele a encarava como se quisesse... estrangulá-la.
- Melhor irmos embora. - sussurrei para ele.
  Lara continuava nos fitando, como se esperasse mais argumentos contra ela. Diego concordou e foi para a porta do carro.
  Eu a olhei, de cima para baixo, com uma feição de nojo.
- Você não vale nada. - afirmei, com a voz fria e seca. Entrei no carro e Diego deu a partida para irmos embora.
  Pelo retrovisor, tive a leve impressão de ver uma gota escorrendo em sua face. Ela é durona. Deve ter sido só impressão mesmo...

18 de junho de 2011

Meu refúgio

  Há um lugar em que eu pertenço.
  Um lugar em que consigo ser eu mesma, sem me importar com as opiniões alheias. Aonde eu consigo agir naturalmente em todos os lugares e com todas as pessoas.
  Costumo chamá-lo de meu refúgio, pois é lá que eu me escondo da minha realidade.
  Um lugar em que eu não preciso forçar sorrisos e nem simpatia. E o mais importante, é que eu não me sinto sozinha.
  Quando estive por lá, me perguntaram quando voltaria. Você só volta para um lugar que você pertence, caso contrário, perguntariam quando eu viria de novo.
  Eu pertencia àquele lugar. Sempre.

Um breve agradecimento

Vocês, que vão sair da minha vida...
Obrigada.
Não estou agradecendo por isso, e sim por terem feito os meus dias mais alegres. Foi pouco tempo, mas o suficiente para me divertir.
Talvez vocês nem vão ler isso, e caso leiam, não vão saber que é para vocês. Ou nem vão entender o porquê.

(Para uma pessoa específica)
Eu sei que nós nunca trocamos uma palavra, mas apenas a sua presença, me fazia sentir melhor. A minha autoestima, inacreditavelmente, aumentava. Nem eu entendia o porquê, mas gostava. Talvez por causa das provocações ou das indiretas que me mandava.
Você deve estar me achando louca por nunca ter dito isso pra você, mas espero que no fundo, você entenda o meu porquê.
Creio que agente ainda se esbarre em qualquer esquina, ou se trombe andando pelas ruas.
Vou sentir falta do seu sorriso maroto e debochado.

Boa sorte na vida de vocês.
Até qualquer dia...

16 de junho de 2011

A vida é justa?

Não, a vida nunca foi justa. E mesmo assim, continuamos a lutar pelo o que queremos. Ás vezes nos desanimamos. Muito até. Surge uma enorme vontade de jogar tudo pro alto e gritar, na tentativa de expulsar essa agonia de dentro. Mas é inútil. Ela não sai.
É engraçado como a vida espera até que as pessoas entrem na nossa vida, criem laços de convivência e afeto e, do nada, arrancam elas de nós, sem se preocupar com o buraco que fica. O enorme vazio que surge.
Com o tempo, agente aprende a esperar. Com os tombos, aprendemos a não nos machucar mais. Com as decepções, aprendemos a não nos iludir facilmente.
E com a vida? Aprendemos com ela que nada é justo. E o que é para alguns, não é para outros.
Só temos uma, então temos que aproveitá-la em quanto pudermos. Sendo ela justa, ou não.

15 de junho de 2011

Diversão diária

(...)
- Ela é louca! - explodiu Diego. Dei uma singela risada, do gênero “eu sei”. Ele balançava a cabeça, tentando, talvez, entender a mente daquela garota esquisita. Mordeu os lábios e me olhou. - Ela deve estar afim de um de nós dois... - foi sua conclusão. Arqueei a sobrancelha
- É... talvez. Ou ela é louca mesmo, a ponto de sair seguindo as pessoas sem motivo algum. - falei, sem nenhum entusiasmo.
  Diego se sentou ao meu lado. Como era sábado e nosso horário de almoço não tinha acabado, decidimos por ficar conversando na cozinha. Passei os braços atrás do meu pescoço e suspirei.
- Sabe o que eu acho? - recomeçou meu parceiro de comida. - Ela e aquela amiga dela, a tal de Marcela, são afins de nós dois. - ele me olhou, como se acabasse de solucionar um enorme exercício de raciocínio.
- Ok garoto esperto, acontece que você tem namorada e, infelizmente, sou quase menor que a “esquisita”. - debochei. A realidade era cruel. Meu tamanho não ajudava em quase nada, principalmente na conquista das mulheres. Eu tinha consciência disso e, creio que ela também.
  Ele coçou a cabeça e ficou queto. No começo, quando avisei que ela havia me seguido, ele não acreditou, mas quando vivenciou isso na pele, passou a dar razão ao que eu falo.
  Honestamente eu também não entendo. Diego também não entendia, mas ele tinha noção de que era bonito e que atraia as mulheres facilmente. Ele tentava entender o porquê, já eu, queria saber quem...
  Por quem aquela menina seria afim? Diego? Eu? Nós dois? Nenhum?
  Suspirei. Diego me olhou e riu. Complicado de entender, porém divertido de presenciar.
  Ouvi um barulho lá de baixo. Algo como “ comprar ração pra gatos ” e “cala a boca”.
- A encrenca chegou. - avisei.
  Diego sorriu com cumplicidade para mim.
- Vamos nós dois ou um de cada vez? - apontou para a escada. Sorri.
- Vamos descer juntos pra alegrar em dobro o dia delas.
  Levantamos do sofá e nos dirigimos para a escada. Pode até ser confuso, mas convenhamos que é a nossa diversão diária...

14 de junho de 2011

Arrependimentos

Essa era mais uma daquelas cenas ilustres. Uma senhora, que aparentava ter uns 60 anos, estava sentada com sua netinha em um banco da praça, enquanto um senhor, que aparentava ser uns três ou quatro anos mais velho que ela, caminhava tranquilamente perto do chafariz. A netinha, toda sapeca, pedira a vovó para deixá-la ir brincar no escorregador. A velhinha fez que sim com a cabeça, enquanto a criança já ia cantarolando para o parque. Ela estava tão contente que acabou trombando com alguém.

- Desculpe moço. – se desculpou timidamente.

O velho afagou sua cabecinha e disse:

- Está tudo bem. Onde você estava criança? Está perdida? – perguntara docemente o senhor.

A pequena negou com a cabeça.

- Não senhor. Eu estava com minha vovó e ela me deixou ir brincar no parquinho. – ela apontava com o dedo o lugar onde sua avó estava sentada.

Ele olhou o lugar indicado e não acreditara no que seus olhos viam. A menina correu para o parque, já o senhor estava indo na direção que a criança apontara.

A senhora, que estava lendo um livro, percebeu alguém se aproximando e levantou a cabeça para olhar.

Seus olhos se encontraram com os dele.

Eram aqueles mesmos olhos que ela se perdia quando tinha quinze anos. Aqueles olhos cor de chocolate que aconchegavam ela todas as vezes que estava triste.

Ele também a reconhecera. Passavam em sua mente todos os momentos em que viveram felizes na adolescência. O seu jeito nervoso, estressado e ao mesmo tempo tão doce que encantava e colocava medo em todos ao seu redor. As ameaças constantes que ela fazia, mas que ele sabia que era sua forma de demonstrar o amor. A forma em que ele a chamava de baixinha e ela distribuía tapas e socos em seu braço.
E os dois acabavam se divertindo com tudo isso...

-Max... – sua voz falhou. As lágrimas ameaçaram sair, mas ela as obrigou a voltarem.
Aquela voz estava mais madura, mas demonstrava uma dor escondida entre as palavras. Se não fosse por teimosia e orgulho, talvez os dois estivessem juntos e felizes. Se não fosse pela falta de palavras, talvez as dores não fossem tão fortes e não machucaria tanto. Talvez...

-Lia – sua voz trazia uma dor passada, uma saudade imensa e um sentimento que nunca morrera entre os dois.

O amor.

Ambos estavam arrependidos, mas era tarde demais. Não dava para mudar o passado.
Lia tinha se casado com um rapaz rico e teve uma filha. O rapaz logo morreu de câncer, então sua fortuna ficara para a filha e os netos.

Max namorou algumas meninas ainda, mas não chegara a se casar. Ele sabia que nenhuma delas era o amor da sua vida.

Aquele encontro era marcado por vários sentimentos. Mas apenas um prevalecia entre eles.

Max e Lia se abraçaram e ela começou a chorar.Será que o destino estava dando mais uma chance a eles? Mais uma chance de serem felizes?
Talvez.

Mas ambos tinham aprendido a lição.

“O tempo é o melhor remédio para os corações desiludidos, porém o pior obstáculo para os corações apaixonados.”

Não deixe que intrigas, rancores e amarguras estraguem um amor. O destino pode até te dar uma segunda chance, então, não a desperdice de novo.

Lágrimas

Aquela sensação angustiante estava me tomando. Com uma enorme vontade de chorar, fechei os olhos. Felizmente, as lágrimas não vieram. Já perceberam que, depois da primeira lágrima, nosso corpo é invadido por uma enorme sensação de alívio? Não queiram testar isso agora, apenas reparem quando os olhos começarem a marejar...

Uma breve apresentação

Olá, meu nome é Alana, tenho 16 anos e meu objetivo nesse blog é desabafar, contar, criticar ou até mesmo ajudar as pessoas que se indentificarem com meus textos. Todos são da minha autoria, e o que não for, vou colocar os créditos.
Críticas e elogios são sempre aceitos.
Dúvidas, perguntas ou curiosidades serão respondidas.


Não sei mais o que falar, mas com o tempo, vocês irão me conhecendo através dos meus textos.


Boa leitura.