- Nada. Vamos só ignorá-la. - sua conclusão me fez revirar os olhos. Sua expressão estava calma. Demonstrava que não estava se importando com o que acabara de acontecer.
- Isso nós fazemos sempre. - falei, coçando a nuca.
Diego suspirou cansado e olhou para a porta. Uma singela indireta para eu ir embora.Percebi que o assunto tinha sido encerrado.
-Bom, então eu vou entrar. - abri a porta e sai do carro. - Até amanhã parceiro. - acenei e não esperei sua retribuição para me aproximar de casa. Ouvi a partida do carro e toquei a campainha.
“Quem é?” Perguntou a voz feminina.
- Sou eu, Felipe. - engrossei a voz para disfarçar a raiva que brotava em mim quando reconheci a dona da voz.
“Ah, claro! Entre!” A falsa simpatia estava presente em sua fala.
O portão foi destrancado e pude entrar. Antes de abrir a porta, respirei fundo duas vezes, na tentativa de não me estressar naquela noite. Não com aquela cobra ali...
Girei a maçaneta e me deparei com a própria.
- Olá priminho... - seu sorriso era enorme, talvez para exibir os belos dentes brancos. Seus braços me envolveram num rápido abraço.
Forcei um sorriso.
- Oi. - a minha pequena saudação não fez seu sorriso diminuir.
Se ela estava na minha casa, provavelmente queria algo. Ou me ameaçar em troca de alguma recompensa.
Seu cabelo estava solto e bem penteado. Usava uma calça jeans e uma camiseta estampada de alguma banda que não conheço. E, para não perder a pose, mantinha seu equilíbrio sobre um salto agulha – desnecessário, como sempre.
Seus olhos – cor de whisky – não pararam de me fitar. O maldito sorriso ainda presente.
- O que você quer Pâmela? - indaguei com um tom frio e cansado.
Eu tenho medo de qual seja a resposta...
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